domingo, 29 de julho de 2012

IIIº Festival de Teatro Popular – Jogos de Aprendizagem


IIIº Festival de Teatro Popular – Jogos de Aprendizagem acontecerá de 4 a 11 de agosto 2012 em diversos bairros da cidade de Porto Alegre. Ele é uma realização da Tribo de Atuadores Ói Nóis Aqui Traveiz e do Programa Iberescena (Fundo de Ajuda para as Artes Cênicas Ibero-americanas). Este ano o Festival trás a Porto Alegre dois grupos importantes da cena latino-americana - a Periplo Compañia Teatral da Argentina e  o Grupo Pombas Urbanas  de São Paulo. O Festival abre espaço para uma série de ações que visam à democratização do espaço da arte, desde a fruição de bens culturais, através de apresentações gratuitas de encenações, assim como a oportunidade para desenvolver gratuitamente conhecimentos no âmbito teatral. O Festival tem dois eixos principais: focar a atividade teatral que é desenvolvida nos bairros populares da cidade e contribuir para a discussão sobre princípios estéticos e éticos na formação do ator. O IIIº Festival de Teatro Popular – Jogos de Aprendizagem tem o patrocínio da Petrobras. Todas as atividades desenvolvidas pelo Festival serão gratuitas e abertas à população em geral.

Focando a atividade que é desenvolvida nos bairros populares da cidade o Festival conta ainda com uma Mostra Pedagógica da Escola de Teatro Popular da Terreira da Tribo. De 7 a 16 de agostoserão apresentados exercícios cênicos e processos de trabalho de diferentes Oficinas Populares de Teatro na Terreira da Tribo (bairro São Geraldo) e nos bairros Humaitá, Belém Velho, Sarandi e Bom Jesus. A origem do Festival de Teatro Popular está na realização da Mostra Jogos de Aprendizagem, que o Ói Nóis realiza desde 2004. A Mostra é resultado do processo pedagógico que é colocado em prática pela Escola de Teatro Popular da Terreira da Tribo e da circulação de espetáculos em diferentes bairros populares. O batismo Jogos de Aprendizagem do Festival provém de um conceito da teoria da Peça Didática de Brecht. Ao traduzir o termo Lehrstück para o inglês, Brecht usou a denominação learning play, ou seja, jogo de aprendizagem. O acento na atitude ativa do aprendiz é acentuado, em detrimento do ensinamento catequético, ou da lição a ser aprendida. Além de ter entrada franca, o Festival disponibilizará transporte gratuito para escolas públicas e comunidades de bairros periféricos, facilitando ainda mais o acesso às atividades. 

Confira abaixo a Programação:

 Periplo Compañia Teatral da Argentina ministrará a Oficina “O Ator no Trabalho sobre Si”, nos dias 4 e 5 de agosto, às 14 horas. E encenará os espetáculos “ La Conspiración de los Objetos”, dia 6 de agosto, “El Dragón y su Furia”, dia 7 de agosto, ambos às 20 horas. No dia 8 de agosto, às 17 horas, a Periplo apresentará uma demonstração de trabalho conjuntamente com o lançamento do seu livro “Teatro, Mistérios de um Ofício”. Todas as atividades da companhia argentina serão realizadas na Terreira da Tribo (rua Santos Dumont, 1186). A Periplo Compañia Teatral foi criada em 1995 com direção de Diego Cazabat. Mantém um Centro de Investigação Teatral, El Astrolabio Teatro, em Buenos Aires. A produção da Periplo se manifesta em três eixos fundamentais: a criação de espetáculos próprios, sua atividade pedagógica a nível nacional e internacional e a elaboração de distintos materiais teóricos e de registro que tendem a sintetizar pontos do trabalho, novas interrogações e conclusões às quais a companhia vai chegando.

No dia 8 de agosto ainda acontece na Terreira da Tribo, às 20 horas, o Painel “O Teatro Político na América Latina de Hoje” com a participação de Jorge Blandon (Colômbia), Caco Coelho (Porto Alegre), Periplo Compañia Teatral (Argentina), Grupo Pombas Urbanas (São Paulo) e a Tribo de Atuadores Ói Nóis Aqui Traveiz (Porto Alegre). Após o Painel o Selo Ói Nóis Na Memória lança o livro “Sábado Crônicas da Cena” do pesquisador e diretor teatral Caco Coelho.

Grupo Pombas Urbanas nasceu em 1989 a partir do projeto “Semear Asas”, concebido pelo diretor Lino Rojas com objetivo de formar atores e técnicos para o teatro com jovens de São Miguel Paulista, zona leste de São Paulo. Com seu fazer teatral, o grupo busca reconhecer e expressar sua cidade e seu tempo. O processo de formação de atores desenvolvido pelo grupo parte do reconhecimento do ator sobre seu corpo e seus movimentos, da compreensão de suas histórias, suas raízes étnicas e culturais e do meio em que vive para desenvolver sua expressividade cênica. OPombas Urbanas apresenta no IIIº Festival de Teatro Popular – Jogos de Aprendizagemo espetáculo de Teatro de Rua “Mingau de Concreto” no dia 9 de agosto, na Esquina Democrática,  e no dia 11 de agosto, no Parque Mascarenhas de Moraes, no bairro Humaitá. Ambas as apresentações acontecerão às 15 horas.

No dia 10 de agosto, às 16 horas, na Terreira da Tribo, Jorge Blandon realiza a Palestra “Teatro Comunitário na Colômbia”. Jorge Blandon é membro fundador da Corporación Cultural Nuestra Gente da Colômbia. O grupo é uma organização de base, que nasce em 1987, animada pela necessidade de unir esforços de jovens da zona Nordeste de Medellín para mostrar o lado positivo dos bairros populares e que desta forma a arte e a cultura estejam próximas de seus habitantes. Durante estes 25 anos desenvolveu um processo permanente de formação e capacitação inspirado na arte e na cultura como ferramentas para o trabalho comunitário, humano e artístico, entendendo este como uma opção de vida de meninas, meninos, jovens, adultos, mulheres e homens.

Programação Mostra Pedagógica

Dia 7 de agosto – às 20 horas – no Centro Cultural Esportivo Ferroviário/G.E. Ferrinho (Av. Dona Teodora 1250), bairro Humaitá – exercício cênico “O Mercado do Gozo” com a Oficina Popular de Teatro do Bairro Humaitá.

Dia 9 de agosto – às 20 horas – no CTG Estância da Figueira no Bairro Belém Velho (Av. Doutor Vergara, 5358) – exercício cênico “O Mal-entendido” com a Oficina Popular de Teatro do Bairro Belém Velho.

Dia 9 de agosto – às 20 horas - na Terreira da Tribo (Rua Santos Dumont, 1186) – Mostra de Processos com as apresentações dos exercícios cênicos “Yerma” com a Oficina Popular de Teatro do Bairro Bom Jesus e “Quanto Custa o Ferro?” com a Oficina para Formação de Atores da Escola de Teatro Popular da Terreira da Tribo.

Dia 10 de agosto – às 20 horas - na Terreira da Tribo (Rua Santos Dumont, 1186) – exercício cênico“O Mercado do Gozo” com a Oficina Popular de Teatro do Bairro Humaitá.

Dia 10 de agosto – às 20 horas – na Associação dos Moradores da Vila Elizabeth e Parque/AMVEP (Rua 21 de Abril, 792) – espetáculo teatral “Os Baixa Renda” com a Associação Cultural FACES da cidade de Charqueadas/RS.

Dia 12 de agosto – às 15 horas – Praça Lampadosa no bairro Sarandi – espetáculo teatral “O Amargo Santo da Purificação” com a Tribo de Atuadores Ói Nóis Aqui Traveiz.

Dia 13 de agosto - às 20 horas - na Terreira da Tribo (Rua Santos Dumont, 1186) – Mostra de Processos com as apresentações do exercício cênico “Bate Asas, Bate” com a Oficina Livre de Teatro da cidade de Canoas e o espetáculo teatral “As façanhas de Aristão, o desafortunado”com o Grupo Noscego da cidade de Carazinho/RS.

Dia 14 de agosto - às 20 horas - na Terreira da Tribo (Rua Santos Dumont, 1186) – exercício cênico“Quanto Custa o Ferro?” com a Oficina Popular de Teatro do Bairro São Geraldo e “O Mal-entendido” com a Oficina Popular de Teatro do Bairro Belém Velho.

Dia 14 de agosto – às 20 horas – no Centro de Educação Ambiental - CEA/Reciclagem (Av. Joaquim Porto Villanova,143) na Vila Pinto no bairro Bom Jesus – exercício cênico “Yerma” com a Oficina Popular de Teatro do Bairro Bom Jesus.

Dia 15 de agosto – às 20 horas – na Terreira da Tribo (Rua Santos Dumont, 1186) – apresentação do exercício cênico “Quanto Custa o Ferro?” com a Oficina para Formação de Atores da Escola de Teatro Popular da Terreira da Tribo

Dia 15 de agosto – às 20 horas – no Centro de Educação Ambiental - CEA/Reciclagem (Av. Joaquim Porto Villanova,143) na Vila Pinto no bairro Bom Jesus – exercício cênico “Yerma” com a Oficina Popular de Teatro do Bairro Bom Jesus.

Dia 16 de agosto – às 20 horas – no Centro de Educação Ambiental - CEA/Reciclagem (Av. Joaquim Porto Villanova,143) na Vila Pinto no bairro Bom Jesus – exercício cênico “A Comédia do Trabalho”com a Oficina Popular de Teatro do Bairro Bom Jesus.

Contribuições

Eis que surgem sugestões e contribuições, esta é uma delas.


 Marcha Mundial

 Em nome do progresso:

 Estão expulsando os colonos
 de suas terras.
 Pilhas e pilhas de pedras
 estão me assustando...
 Os passarinho no meu quintal
 já não estão mais cantando...
 Isso me deixa triste...
 para a cidade os colonos estão imigrando... 
Mais em seus corações
 os verdes dos campos estão levando.
 vamos plantar uma árvore...
 e ver ela florir...
essa selva de pedra não pode vencer...
a natureza precisa sobreviver...
 vamos dar as mãos
 e sair em uma marcha mundial...
 vamos proteger a natureza
 e os animais...
 não tem terra pra plantar...
não tem o que colher...
não teremos o que comer...


 PAULO RICARDO DE BARCELOS SOARES. 16.07.2012

28 DE JULHO

"minha casa minha vida"

"Remover pra Promover"

domingo, 8 de julho de 2012

MEMÓRIA E NARRADO

MEMÓRIA E NARRADO: EXPERIÊNCIAS DE UM “AGITADOR SOCIAL”
Alessandra Bittencourt Flach
A lembrança é somente um príncipe encantado, que desperta, um momento, a Bela-Adormecida no-Bosque de nossas histórias sem palavras. (Michel de Certeau)


Este artigo pretende ser uma reflexão sobre a memória, especificamente no que
se refere àquilo que ela tem de representativo da subjetividade e da identidade do sujeito
em sua relação com o mundo. Para tanto, toma-se como pressuposto que essa memória
se constitui na/pela narrativa, como explica Ecléa Bosi (1994:  68): “A narração da
própria vida é o testemunho mais eloquente dos modos que a pessoa tem de lembrar. É a
sua memória”.

link do artigo: http://seer.ufrgs.br/iluminuras/article/view/25351/14704


Práticas e Saberes Populares

Breve história do bairro.


 O surgimento de periferias em Porto Alegre está diretamente relacionado ao processo de industrialização e ao êxodo rural que se formou a partir da década de 40. Vários agricultores mudaram-se para as grandes cidades procurando melhores condições de vida, formando aglomerados e vilas urbanas. Em 1965, com a criação do DEMHAB-Departamento Municipal de Habitação, foram removidas diversas famílias para um lugar chamado Restinga, aproximadamente 22 km de distância do centro da cidade. Dentro do projeto “Remover para Promover”, os primeiros habitantes da Restinga (hoje RestingaVelha), tiveram que começar a se organizar coletivamente em busca de melhorias de infra-estrutura, prometidas antes mesmo das remoções. Um dos resultados dessa luta comunitária, através da pressão exercida por essas pessoas junto à prefeitura, foi a construção do colégio José do Patrocínio e a abertura de uma linha de ônibus. Em 1969, os órgãos públicos municipais projetaram um grande núcleo habitacional, que viria a se tornar a Restinga Nova. À medida que as habitações iam sendo ocupadas, havendo retorno aos cofres públicos, os investimentos na Nova Restinga prosseguiam, gerando um grande desnivelamento e contraste entre as duas “Restingas”. O “divisor das águas” é a própria avenida principal do bairro: João Antônio da Silveira. Hoje, este bairro abriga mais de 10% da população de Porto Alegre e sofre problemas de infra-estrutura, tais como saneamento básico, educação e o gradativo aumento da violência. Na busca de resgatar e possibilitar as histórias dos diferentes bairros de Porto Alegre foi criado, em 1989, o projeto Memória dos Bairros, da Secretaria Municipal da Cultura, sob administração do governo popular. Com a proposta de incluir a voz do morador do bairro, a partir de suas narrativas, o projeto pensava a legitimidade dos moradores em busca de suas memórias.



 Por Paula Arpini

fotografia de Leopoldo Plentz.


 fonte:  http://memoriasdarestinga.blogspot.com.br/



Práticas e Saberes Populares da Restinga

Oficina em 4 de Julho

quarta-feira, 4 de julho de 2012

contextualizando a origem da Restinga

O êxodo rural é uma modalidade de migração caracterizada pelo deslocamento de uma população da zona rural em direção às cidades, é um fenômeno que ocorre em escala mundial. O desencadeamento do êxodo rural é consequência, entre outros fatores, da implantação de relações capitalistas modernas na produção agropecuária, onde o modelo econômico privilegia os grandes latifundiários e a intensa mecanização das atividades rurais expulsa os pequenos produtores do campo. O intenso processo de mecanização das atividades agrícolas tem substituído a mão de obra humana. Os pequenos produtores que não conseguem mecanizar sua produção têm baixo rendimento de produtividade, o que os coloca em desvantagem no mercado. Outro motivo que proporciona o êxodo rural é o fator atrativo que as cidades exercem sobre parte da população rural. Muitos migram para as cidades, principalmente as mais industrializadas, em busca de emprego e melhores condições de vida. No entanto, esse processo gera vários problemas sociais, pois parte desses imigrantes não possui qualificação profissional exigida pelo mercado cada vez mais competitivo, consequentemente há um aumento populacional desordenado, além do desemprego e do subemprego nessas cidades, atividades como vendedores ambulantes, catadores de materiais recicláveis, flanelinhas, entre outros, são a cada dia mais comuns, os transtornos causados por esse processo atingem toda a sociedade, principalmente as pessoas que deixaram o campo com o intuito de obter melhores condições de vida nas cidades. Outro fator negativo que pode ser citado é o inchaço das cidades, que na ausência de um planejamento urbano há o superpovoamento de bairros pobres, moradias em locais sem estrutura, aumento de favelas, entre outros fatores. O êxodo rural, como em qualquer modalidade de migração por motivos econômicos, é o resultado lógico de decisões políticas ditadas pelo capital, e principalmente pelos interesses de seus detentores. Políticas públicas devem ser desenvolvidas com o objetivo de solucionar esse tipo de problema, proporcionando subsídios para os pequenos produtores, evitando assim a emigração dessa população para as cidades em busca de uma melhor sorte.
 Por Wagner de Cerqueira e Francisco
 Graduado em Geografia

 fonte:http://www.brasilescola.com/geografia/exodo-rural.htm

Sábado de oficina!