segunda-feira, 21 de julho de 2014

MAIS CULTURA NAS ESCOLAS!


 Projeto MAIS CULTURA NAS ESCOLAS na Escola Nossa Senhora do Carmo.
A Ação Cultural proposta tem como objetivo fomentar a organização
de um grupo de estudo sobre Memória e Teatro. O tema geral deste estudo
enfocará a reconstrução da história e da memória do bairro e da escola,
visando a apropriação do espaço escolar pelos alunos e pela comunidade
escolar, buscando a ressignificação da relação entre estes agentes.

A EMEF Nossa Senhora do Carmo está inserida em uma
comunidade periférica da cidade de Porto Alegre, o bairro Restinga. É o
segundo bairro em população do município, tendo uma população de baixa
renda, com predomínio populacional na faixa de até 2 salários mínimos. A
Restinga tem sua origem no processo de urbanização de Porto Alegre do
final da década de 1960, pautado pela remoção de famílias pobres das áreas
centrais para um espaço distante 26 quilômetros desse centro: uma área
ainda rural e sem qualquer infraestrutura. Assim, o bairro origina-se
materialmente e simbolicamente como uma periferia social, altamente
estigmatizada no próprio processo de remoções que significavam as vilas e
sujeitos como insalubres e promíscuos. Paralelo aos processos de remoções, o
bairro foi ampliando-se a partir da produção de moradia popular, ocupações,
invasões e loteamentos clandestinos, nos quais se inclui a 5ª Unidade
Vicinal da Restinga, local em que está localizada a escola. Assim, as
trajetórias de vida e memória dos moradores da 5ª Unidade são
indissociáveis do restante do bairro, tanto no que se refere ao processo
histórico, quanto às relações de pertencimento e estigmas associados.
Será desenvolvida a organização de um grupo de estudo com 40
alunos (de 12 a 16 anos) para a realização de uma Ação Cultural com base
no princípio da pesquisa-ação, relacionando Memória e Teatro, durante o
período de seis meses, com dois encontros semanais de duas horas cada. No
primeiro trimestre, a ênfase será na coleta de material, narrativas e
oralidades. No segundo, a ênfase será na dramatização das narrativas, na
tecedura de histórias. Utilizamo-nos de técnicas de criação coletiva dos
roteiros, planejamento participativo nas atividades e seu acompanhamento,
dramatização dos problemas sociais e locais, seminários com os
participantes para aprofundamento e melhor compreensão dos temas a
serem abordados, jogos e brincadeiras dramatizadas que estimulem a autoexpressão
e o fluxo de criatividade, diálogo no grupo de estudo, e entre este e
a comunidade escolar, na busca desenvolvimento, relações mais abertas e
soluções alternativas para os problemas propostos em cena. A conclusão da
ação será com a publicação de uma revista, em formato de ‘fanzine’,
composto coletivamente por todos envolvidos no projeto.